segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

As 4 Confianças


Ani La, retiro no Sítio Carababa, 2009


Caros Amigos,

Gostaria de compartilhar este ensinamento com vocês pois sinto ser extremamente importante lembrá-lo, especialmente agora quando tantos de nós, aos poucos, estamos alcançando um estágio no caminho em que começamos a perceber o valor de ter um professor. Muitos têm me perguntado de que forma e a partir de quais critérios devemos escolher um professor.

Não é demais salientar que o que é de suma importância é a verdade do ensinamento - jamais a personalidade do professor

É por esta razão que o Buda nos relembra destas 4 Confianças:

Tenha confiança na mensagem que o(a) professor(a) transmite, não em sua personalidade.
Tenha confiança no significado, não somente nas palavras.
Tenha confiança no significado verdadeiro, não no significado temporário.
Tenha confiança em sua mente de sabedoria, não somente em sua mente discriminativa.

É importante lembrar que o professor verdadeiro é o porta-voz da verdade. É a compassiva "manifestação de sabedoria". Todos os Budas, Mestres e Profetas são emanações desta verdade, surgindo em inúmeros aspectos compassivos para nos guiar, através de seus ensinamentos, de volta à nossa verdadeira natureza.

Mais importante que achar um professor, no início, é encontrar e seguir as verdades dos ensinamentos, porque é a partir do estabelecimento de uma conexão com a verdade dos ensinamentos que vocês descobrirão sua conexão viva com o mestre.

Estas poucas linhas me foram de grande ajuda ao longo do caminho.

Ani Zamba
 
(Mensagem enviada por Ani Zamba ao grupo yahoo em 24 de Janeiro de 2005)

Texto original (em inglês):

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Depressão


Pergunta: Querida Ani Zamba, Como nós podemos evitar de cair em depressão quando começamos a enxergar mais claramente que o nosso sofrimento é causado apenas por nós e por nossa mente? Isso tem sido muito pesado para mim.

Resposta: "Olá. Eu consideraria que isso é uma boa notícia. Entender que nós mesmos criamos nossas próprias experiências significa que nós também podemos não criá-las, ou desconstruir as condições que produzem a confusão e o sofrimento.

Primeiro devemos enxergar o mecanismo que distorce nossos hábitos de percepção.  Que sempre temos uma inclinação para tornar as coisas sólidas, substanciais e aparentemente existentes por si mesmas, como se não existissem condições prévias para vermos e experimentarmos a vida agora.

A vida simplesmente acontece e a minha percepção não tem nada a ver com isso? Sério?

Por qual sentido experienciamos a depressão? Pelos olhos? Nós vemos a depressão? Ouvimos a depressão? Sentimos o gosto da depressão? Tocamos a depressão, sentimos como uma sensação corporal? Pensamos a depressão? Se nós podemos apenas "pensar" a depressão, experimentá-la na mente, então qual "pensamento" é a depressão, já que os pensamentos estão se movendo o tempo todo? Qual desses pensamentos nós podemos dizer que é a depressão, e quem é esse que está se sentindo deprimido? O que é e onde está? Tem uma forma? Tem uma cor ou uma substância que é imutável?

Se realmente queremos entender a natureza ilusória de nossas experiências, então precisamos investigar as condições que criam a forma como percebemos os fenômenos. 

O que nos faz crer em um objeto chamado depressão e um sujeito que a experiencia? ambas as idéias implicam em acreditar que há duas entidades congeladas, em vez de incontáveis condições mutáveis. 

Nós realmente queremos ver a verdadeira natureza dos fenômenos? ou estamos apegados aos nossos hábitos de percepção que causam a confusão e o sofrimento? Talvez esse padrão de comportamento nos dê respostas, talvez faça com que nos sintamos mais seguros na nossa ilusão de auto-existência.

Nós queremos realmente acordar? Talvez o sonho seja mais sedutor, mesmo que ele nos traga dor e sofrimento.

Se não existem fenômenos objetivos, então como pode um sujeito percebê-los?

Nós temos que constantemente recriar um objeto para que o sujeito possa existir. Depressão é apenas um desses muitos objetos ilusórios que ajudam a confirmar nossa aparente auto-existência.

Observe as condições que são necessárias para que se experiencie qualquer coisa na nossa vida, e, lentamente, a sensação de solidez, que é causada pela fixação dualista, irá se dissolver. Então, quando começamos a relaxar o corpo, fala e mente, descobrimos que o espaço aberto e desperto revela-se por si só mais e mais. Tente isso.

Amor, Ani Zamba"

(Mensagem enviada por Ani Zamba ao grupo yahoo, em 15 de setembro de 2005)

Mensagem em inglês (original):

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Zona de conforto



"Não é tão fácil trabalhar com nossos hábitos e tendências. É mais fácil retroceder à nossa zona de conforto e ignorar o que nós estamos fazendo e os resultados do que estamos fazendo". Ani Zamba, 2009
 




"It’s not so easy to work with our habits and tendencies its much easier to run back to our comfort zone and ignore what we’re doing and the results of what we’re doing." Ani Zamba, 2009

A fonte de todas as coisas

Ani Zamba no Rio de Janeiro, em 2010.
 
"É essencial compreendermos a importância da nossa mente, pois ela é a fonte de todas as nossas experiências de felicidade, sofrimento e insatisfação. Ao transformarmos nossos hábitos de percepção ou a forma como enxergamos a vida, nossas experiências também se transformam naturalmente em algo mais positivo e reúnem as condições para desenvolver paz interior e felicidade genuína. Percebemos então que nossa sensação de bem-estar não depende de nada externo." Ani Zamba

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Você está criando sua própria vida

Foto do mar de Ipioca, tirada durante o último retiro em Maceió

"Depois do retiro com Allan Wallace parece que a prática de Shamatha pode voltar à moda. Espero que as pessoas comecem a valorizar a necessidade de tal prática, como uma fundação básica para qualquer prática adiante progredir ao longo do caminho.

As pessoas realmente não compreendem que, a fim de penetrar em nosso condicionamento, e em todos os nossos hábitos neuróticos e tendências, precisamos ser capazes de focar nossa atenção, como também ter o poder de descansar a mente sem as constantes distrações e embotamento.

Até que possamos estabelecer um profundo senso de relaxamento, não poderemos deixar as coisas assentarem no seu estado natural, uma vez que nossas tendências sempre nos levam a reagir ao que está surgindo, à medida que continuamos a fazer julgamentos de valores sobre os estímulos que vêm através dos sentidos.

Esses juízos de valores agem como filtros que distorcem nossa percepção, pois aquilo que enxergamos são nossos preconceitos sobre as coisas, e não a realidade de como as coisas realmente são  - ou a natureza verdadeira do fenômeno.

Precisamos de relaxamento, então poderemos descansar nosso corpo, fala e mente em seus estados naturais. Nem sempre precisamos nos esforçar para conseguir que as coisas sejam de uma certa maneira, para nos sentirmos bem sobre nós mesmos e os outros.
 
É necessário dissolver as condições que perpetuam nosso sofrimento, não criando mais condições para padrões neuróticos similares surgirem de novo e de novo. É essencial compreender que todas as nossas experiências de vida surgem de uma forma específica por causa de determinadas causas e condições; que vêm juntas para produzir aqueles resultados específicos, e que se manifestam como nossa experiência cotidiana de vida.

Precisamos nos responsabilizar por qualquer coisa que estejamos passando, visto que é nossa história pessoal ou interpretação das informações que vêm através dos sentidos, que fazem disso nossa própria experiência pessoal particular.

Você está criando sua própria vida - então você pode recriá-la, assim, de uma forma mais positiva que dará suporte ao seu caminho para o despertar.

Então, penso que continuarei com os ensinamentos sobre os 6 bardos, pois incluem tanto Shamatha quanto Vipassana. Também introduz você ao trabalho com o que quer que surja na vida como sua prática. Yoga do sonho, o processo de morte e como utilizar os diferentes estágios da dissolução dos elementos grosseiros e sutis no momento da morte. O que acontece depois da morte, as aparências do Dharmata e o processo de vir-a-ser ou preparar-se para assumir as aparências de nossa próxima vida, por assim dizer. É um rico e extenso ensinamento realmente abrangendo todo o ciclo de vida, e como trabalhar com as mutáveis aparências. A menos que vejamos a vacuidade dessas aparências nós podemos nunca ser livres. 

Amor para todos vocês. Ani Zamba"

(Mensagem enviada por Ani Zamba, em 11 de fevereiro de 2011, no site anizamba.org)

Mensagem (original) em inglês:

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Observe tudo que surgir - B. Alan Wallace

"Observe tudo que surgir. Observe a natureza de cada um dos fenômenos - emoções, imagens, memórias e pensamentos -, sem se agarrar aos seus adendos. Observe inteiramente a própria natureza dos fenômenos mentais, sem dedicar nenhum esforço para criar, sustentar ou interromper esses eventos. Deixe que eles apareçam, se esgotem e se dissolvam por conta própria. Veja se você consegue perceber a origem, duração e modo de desaparecimento dos eventos mentais sem uma elaboração conceitual. O ponto crucial é perceber os eventos mentais sem se agarrar ou se identificar com eles mais que o espaço se identifica com os pássaros e insetos que voam nele." 

(in Budismo com atitude - o Teinamento Tibetano da Mente em 7 Etapas, B. Alan Wallace, Ed. Nova Era, pág. 95)

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Ensinamentos em Feira de Santana (Bahia)

 


Programação:

Workshop : Lojong - O Treinamento da Mente

Dia 26/02 - Sábado

Das 9 as 12 horas e das 14 as 17 horas

Investimento: R$ 40,00

Dia 27/02 - Domingo

Das 9 as 12 horas

Investimento: R$ 30,00

Palestra: Benefícios da Meditação Shamata

Dia 28/02 - Segunda-feira

Das 19:30h as 21:30h

Contribuição: Espontânea


Local do Evento: Espaço Rajamu - Rua Pedro Suzart, 202 - Mar da Tranquilidade - Feira de Santana - BA - Tel: (75) 3623-3953
Inscrições e Informações : Djanira (75) 3623-3953

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Nada pode nos afetar

Thinley Norbu*

"Nada pode nos afetar pois tudo é exibição de sabedoria, que é a fonte de indivisível, sublime, natural fé".

(Thinley Norbu in White Sail - Crossing the Waves of Ocean Mind to the Serene Continent of the Triple Gems, Ed. Shambhala, pág. 117)

* Kyabje Thinley Norbu Rinpoche, considerado a reencarnação de Longchen Rabjan Rinpoche, é um dos mais respeitados professores da linhagem Nyingma, do budismo tibetano,. Filho mais velho de SS. Dudjom Rinpoche e pai de Dzongsar Khyentse Rinpoche. É o Lama Raiz de Ani Zamba.

"Nothing can affect us because everything is the display of wisdom, wich is the source of indivisible, sublime, natural faith".

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

A escolha é sua



"As condições mutáveis da vida podem ser vistas como um desafio ao progresso na trajetória para o despertar. Existe sempre uma bifurcação que se apresenta no caminho.

De um lado seguir nossa idéia de como achamos que as coisas são, e, do outro, enxergar o verdadeiro aspecto do fenômeno - a natureza incondicionada - como as coisas realmente são.


Então a escolha é sua. Se você seguir seus pensamentos, provavelmente isso levará a mais confusão e sofrimento. No entanto, se você olhar diretamente para a natureza do pensamento, então pode ver as coisas como são verdadeiramente, além da fabricação mental. Assim, você estabelecerá a visão e as circunstâncias e condições da vida diária são contínuas oportunidades que se apresentam para realizar a verdadeira liberação."

 
(Trecho de mensagem de Ani Zamba em 11.02.2010, publicada em anizamba.org)


Original (em inglês):